quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

a peça que faltava

hoje eu dei por mim:



susto,
respira fundo,
testa suada de suor frio e impetuoso
implacável,
impulsivo



dei por mim,
e quando já tinha notado
já estava feito
já tinham-se deferido a manada de insultos e ofensas
se soubesse, tinha preferido
a calma concordância sonsa e tensa
retesada,
puta e possessa
ao invés dessa bolha de métrica arrependida que me rege
ai, reles plebe
tão reles que não consigo reiná-la
me escorre através dos dedos
me discorre proferindo dedos
indicadores, apontado pro centro da minha culpa
"você nunca vai ser perfeito o suficiente pra ela"
me profere dedos médios
me desmedindo insultos embrazados
criticas do corpo, direto ao cérebro pasmado




dei pra mim uma boa dose de consciência
torci que assim, se pusesse em prática
a tática de reacertar as peças no tabuleiro
da mesinha de xadrez da minha praça
e talvez até funcione,
a questão é:
dei por mim que nunca serei, por mais que insistente
tentando à todo custo
veemente (mente)
o melhor pra ela:
sei lá...




em algum momento disso tudo, perdi a peça-base do meu castelo de lego
tenho medo que agora, depois de tanto,
venha a ruir.



Rodrigo da C. Lima Bruni

Um comentário:

Unknown disse...

Teu fã fazendo questão de no teu blog dizer que curti essa - assim como a maioria delas - demais.

:D