não tive precauções com meus atos desatados subitamente
desatado do meu nó, senti falta de ser amarrado
e tentei dar um nó de marinheiro
mas nunca soube dar nó
e também nunca gostei das forças armadas,
conclusão:
fiquei desarmado e desatinado
sem saber o que pensar nem fazer
fiz um pouco de brigadeiro
engordei uns poucos quilos não reparáveis
e fiquei assim
quieto, vazio
não retornável
como uma garrafa vazia de coca-cola
fiquei empilhado no bar da esquina
junto de milhões de outras
e ficava lá
quieto, e empilhado
sem nem reclamar nem sentir
fui incauto
não mensurei minhas atitudes não articuladas
não mensurei minha falta amor demonstrável
mas em seguida, demonstrei meu amor articulado
conclusão:
fiquei desarticulado
sem juntas nem articulações
sem ossos, nem músculos
fiquei um espaço dentro de carne , pelos e olhos e dentes
um espasmo de dor tão grande,
que o grito se perdeu no infinito
(o infinito é um espaço tão grande, que nem sei se acredito)
um espaço grande e empilhado sobre mim mesmo
como uma coca-cola não-retornável do boteco da esquina
nunca mais hei de amar.
Rodrigo da C. Lima Bruni
segunda-feira, 8 de março de 2010
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Um comentário:
Eu gosto de textos mais diretos e simples. textos que brincam com a realidade e que usam tantas palavras e termos nao comumente vistos em poesias. voce soube fazer isso muito bem nesse ^^
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