domingo, 4 de janeiro de 2009

últimos minutos

assim me vejo nos últimos minutos:
tão cheio de pessoas
tão vazio de mim
tão completo meu corpo
tão incompleto o fim



e lágrimas rolarão sobre meu peito
não minhas, já estarei seco de amor
lágrimas dos presentes, tão ausentes
vagos, presos no interior



dos seus sonhos e esperanças
ricas de inocência e pudor
esperanças de vida extra corpórea
vãs, ao se concluírem: imensa dor



e flores descansarão ao meu repouso
flores descansarão enquanto eu durmo
pessoas chorarão, e chorarão
e morrerei assim, separado e junto



de mim, por mim e em mim
amém.


Rodrigo da C. Lima Bruni

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