orvalho, pela manhã
acordo, durmo e acordo de novo
escarro, cuspo, bebo e lavo
café com pão
à agua encosto a mão
e do melado imputo o não
mais existir
talho, pela tarde
fruta solta polpa
bunda, que apalpo
morena que enlaço
camisa, feixe e botão
arrebenta, finda em explosão
de libido
tolho, pelo por do sol
a continuação, compromisso
saio de manso, mudo, canso
de dizer, não dizendo propriamente dito
me fito, esguio, espelho
cabelo, barba, pentelho
e me sou demasiadamente mais eu
corro, pela noite opção
à minha morada descansar
molho, de macarrão insosso
põe pitada, pito fumo, teto fosco
filho pródigo
falha minha:
esqueci o verbo amar;
ao menos amamos
amenos amáveis
verbos biodegradáveis
Rodrigo da C. Lima Bruni
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Redação
Ontem eu acordei
matei cinco pessoas
fui entregar a droga na boca
pus um cigarro à boca
suicidei-me, pessoa louca!
esqueci que gente burra não tem futuro
não pode querer mudar
senão o futuro se põe a medrar
e fico só,
no passado,
puto à ladrar
debaixo
da terra
e se ela ainda fosse branca
morria feliz, cheio de esperança
de acordar
e matar mais uma criança
com a única bala que não vende no boteco
Rodrigo da C. Lima Bruni
matei cinco pessoas
fui entregar a droga na boca
pus um cigarro à boca
suicidei-me, pessoa louca!
esqueci que gente burra não tem futuro
não pode querer mudar
senão o futuro se põe a medrar
e fico só,
no passado,
puto à ladrar
debaixo
da terra
e se ela ainda fosse branca
morria feliz, cheio de esperança
de acordar
e matar mais uma criança
com a única bala que não vende no boteco
Rodrigo da C. Lima Bruni
arcos da lapa
vadia é a vida louca
sem dados nem nada
cai pela sarjeta, rola da escada
trôpega, bêbada, leviana
sem nem a morte sentir
levanta, se limpa e se põe a mentir
"não, um dia tomo tenência"
continua apesar de qualquer consequência
segue sua cina em direção ao seu centro de gravidade
mete o pé no acelerador, afunda a embrenhagem
quarenta, sessenta, cem
quarentena? dispensa resenha,
de motivos e sintomas;
descansa, muito puta
pra dia de semana, cair na labuta
posto que sexta é dia de farra
sábado é dia de farra
e domingo é um dia de fera
pois segunda é dia de terra,
nos pés, anda como louca
trabalha como louca
chega em casa, dorme e acorda
muito mal dormindo, e vai trabalhar
tão rotineiramente
que até noutra vida assim faria
amor, sabe lá ela
sabe dos dentes, dos horários e honorários
das constelações, causas e complicações,
da primeira segunda e porventura terceira guerra mundial
sabe do lamento nacional à morte do nacionalismo
desconfia de uma nova epidemia de egoísmo
se imuniza aos desgostos
opiniões dos outros
crises da economia
e casos da suína epidemia
se morre, pouco perde
se vive pouco ganha
amor, sabe ela, é coisa que não sabe nada
afinal, envaidecida, procura se aventurar por outras saias e blusas
sapatos e mangas
calcinhas e bundas
tendo como único amor, a vontade de se aventurar à vontade
vida é uma vadia louca.
Rodrigo da C. Lima Bruni
sem dados nem nada
cai pela sarjeta, rola da escada
trôpega, bêbada, leviana
sem nem a morte sentir
levanta, se limpa e se põe a mentir
"não, um dia tomo tenência"
continua apesar de qualquer consequência
segue sua cina em direção ao seu centro de gravidade
mete o pé no acelerador, afunda a embrenhagem
quarenta, sessenta, cem
quarentena? dispensa resenha,
de motivos e sintomas;
descansa, muito puta
pra dia de semana, cair na labuta
posto que sexta é dia de farra
sábado é dia de farra
e domingo é um dia de fera
pois segunda é dia de terra,
nos pés, anda como louca
trabalha como louca
chega em casa, dorme e acorda
muito mal dormindo, e vai trabalhar
tão rotineiramente
que até noutra vida assim faria
amor, sabe lá ela
sabe dos dentes, dos horários e honorários
das constelações, causas e complicações,
da primeira segunda e porventura terceira guerra mundial
sabe do lamento nacional à morte do nacionalismo
desconfia de uma nova epidemia de egoísmo
se imuniza aos desgostos
opiniões dos outros
crises da economia
e casos da suína epidemia
se morre, pouco perde
se vive pouco ganha
amor, sabe ela, é coisa que não sabe nada
afinal, envaidecida, procura se aventurar por outras saias e blusas
sapatos e mangas
calcinhas e bundas
tendo como único amor, a vontade de se aventurar à vontade
vida é uma vadia louca.
Rodrigo da C. Lima Bruni
derivando amor (quando tende ao infinito)
o interminável invólucro envolvente do beijo de um segundo
quê seria dele sem o sentimento
sem o consentimento do tempo, por ele passar desapercebido;
muito tenho sabido sobre a sabedoria da salada de línguas
de fato tenho mais lambido o amor do que o amado, propriamente dito
é que se tendo algo interminável e envolvente
não se enche os olhos por algo finito e maçante, rotineiro e irritante
é que se tendo trem pra descarrilhar
o mesmo é muito mais emocionante do que no trilho galgar o rumo
sei lá, falta-me oxigênio demais
logo, penso com eloquência, figuras falsas
de falsa sapiência
tudo porque beijo um beijo interminável e inviolável de uns quinze minutos
e o beijo me beija outro beijo de mesma intensidade e sentido oposto
por eletrização, me arrepio à física das bocas em contato,
fluindo-se libidos
transfusando-se bactérias
transmutando-se da carne coração
do coração a adrenalina
da adrenalina a taquicardia
da taquicardia verbo, impulso nervoso:
amo, verbo beijar na primeira pessoa do elétrico infinito infinitivo particular presente
e por consequência beijo dois lábios molhados, que me beijam beijos molhados
me perco entre os quais se dividem em bocas
que me molham beijos nervosos
milhões de bocas de um lábio
trinta minutos...
trinta e cinco...
quarenta...
quarenta e cinco...
a interminável boca me envolve num invólucro envolvente de um segundo onipotente
pois da partilha de enésimos minutos
esse um segundo fracionado
me beijaria por toda minha vida
toda minha vida invólucra envolvida por um interminável beijo de um segundo
Rodrigo da C. Lima Bruni
quê seria dele sem o sentimento
sem o consentimento do tempo, por ele passar desapercebido;
muito tenho sabido sobre a sabedoria da salada de línguas
de fato tenho mais lambido o amor do que o amado, propriamente dito
é que se tendo algo interminável e envolvente
não se enche os olhos por algo finito e maçante, rotineiro e irritante
é que se tendo trem pra descarrilhar
o mesmo é muito mais emocionante do que no trilho galgar o rumo
sei lá, falta-me oxigênio demais
logo, penso com eloquência, figuras falsas
de falsa sapiência
tudo porque beijo um beijo interminável e inviolável de uns quinze minutos
e o beijo me beija outro beijo de mesma intensidade e sentido oposto
por eletrização, me arrepio à física das bocas em contato,
fluindo-se libidos
transfusando-se bactérias
transmutando-se da carne coração
do coração a adrenalina
da adrenalina a taquicardia
da taquicardia verbo, impulso nervoso:
amo, verbo beijar na primeira pessoa do elétrico infinito infinitivo particular presente
e por consequência beijo dois lábios molhados, que me beijam beijos molhados
me perco entre os quais se dividem em bocas
que me molham beijos nervosos
milhões de bocas de um lábio
trinta minutos...
trinta e cinco...
quarenta...
quarenta e cinco...
a interminável boca me envolve num invólucro envolvente de um segundo onipotente
pois da partilha de enésimos minutos
esse um segundo fracionado
me beijaria por toda minha vida
toda minha vida invólucra envolvida por um interminável beijo de um segundo
Rodrigo da C. Lima Bruni
quando paro e penso:
realmente
o pouco me atrai muito
quando muito penso,
me trai e as costas vira
fico estupefato
pútrido, petrificado
toco-o nas costas
tiro satisfação
tira-me de otário
aperta-me a mão
e me sorri, bobo, falso, fiel
o fel desgosto de se ser enganado
uma vez que anteposto
antecede-se esperto e ligeiro
se fazendo todo fagueiro pra minha anteposição
eu, que sei do que sabe
sabe lá, porque finjo que não
sabe Deus porque faço isso
sabemos aqui, que sou tão torto que faço que nem penso
penso que nem faço
e quando vejo nem lá, nem Deus nem aqui fiz algo
nem acolá
ah, se me visses à colar
notaria a destreza dos burros
e talvez menos me passasse a perna
talvez o menos me passe a perna porque sou negativo, sabe lá
sinal oposto se repele, não é mesmo?
sinal posto à pele, carga de mesmo sinal
sinal oposto à pele,
derme,
coro;
(coração)
sem mais aposto, declaro-me burro sem explicação
se o nau está posto, que eu vá lá ficar
eu e muito pouco
daí sim a prova dos nove constar
quereria a dos dez, se não fosse tão bobo
quis um querer auspicioso, há muito tempo
hoje quero qualquer pouco
em qualquer tempo
vamos ver com quantos poucos se faz um tanto
faz.
Rodrigo da C. Lima Bruni
o pouco me atrai muito
quando muito penso,
me trai e as costas vira
fico estupefato
pútrido, petrificado
toco-o nas costas
tiro satisfação
tira-me de otário
aperta-me a mão
e me sorri, bobo, falso, fiel
o fel desgosto de se ser enganado
uma vez que anteposto
antecede-se esperto e ligeiro
se fazendo todo fagueiro pra minha anteposição
eu, que sei do que sabe
sabe lá, porque finjo que não
sabe Deus porque faço isso
sabemos aqui, que sou tão torto que faço que nem penso
penso que nem faço
e quando vejo nem lá, nem Deus nem aqui fiz algo
nem acolá
ah, se me visses à colar
notaria a destreza dos burros
e talvez menos me passasse a perna
talvez o menos me passe a perna porque sou negativo, sabe lá
sinal oposto se repele, não é mesmo?
sinal posto à pele, carga de mesmo sinal
sinal oposto à pele,
derme,
coro;
(coração)
sem mais aposto, declaro-me burro sem explicação
se o nau está posto, que eu vá lá ficar
eu e muito pouco
daí sim a prova dos nove constar
quereria a dos dez, se não fosse tão bobo
quis um querer auspicioso, há muito tempo
hoje quero qualquer pouco
em qualquer tempo
vamos ver com quantos poucos se faz um tanto
faz.
Rodrigo da C. Lima Bruni
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