segunda-feira, 23 de novembro de 2009

quando paro e penso:

realmente
o pouco me atrai muito
quando muito penso,
me trai e as costas vira
fico estupefato
pútrido, petrificado
toco-o nas costas
tiro satisfação
tira-me de otário
aperta-me a mão
e me sorri, bobo, falso, fiel
o fel desgosto de se ser enganado
uma vez que anteposto
antecede-se esperto e ligeiro
se fazendo todo fagueiro pra minha anteposição
eu, que sei do que sabe
sabe lá, porque finjo que não
sabe Deus porque faço isso
sabemos aqui, que sou tão torto que faço que nem penso
penso que nem faço
e quando vejo nem lá, nem Deus nem aqui fiz algo
nem acolá
ah, se me visses à colar
notaria a destreza dos burros
e talvez menos me passasse a perna
talvez o menos me passe a perna porque sou negativo, sabe lá
sinal oposto se repele, não é mesmo?
sinal posto à pele, carga de mesmo sinal
sinal oposto à pele,
derme,
coro;
(coração)
sem mais aposto, declaro-me burro sem explicação
se o nau está posto, que eu vá lá ficar
eu e muito pouco
daí sim a prova dos nove constar
quereria a dos dez, se não fosse tão bobo
quis um querer auspicioso, há muito tempo
hoje quero qualquer pouco
em qualquer tempo






vamos ver com quantos poucos se faz um tanto






faz.



Rodrigo da C. Lima Bruni

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