vadia é a vida louca
sem dados nem nada
cai pela sarjeta, rola da escada
trôpega, bêbada, leviana
sem nem a morte sentir
levanta, se limpa e se põe a mentir
"não, um dia tomo tenência"
continua apesar de qualquer consequência
segue sua cina em direção ao seu centro de gravidade
mete o pé no acelerador, afunda a embrenhagem
quarenta, sessenta, cem
quarentena? dispensa resenha,
de motivos e sintomas;
descansa, muito puta
pra dia de semana, cair na labuta
posto que sexta é dia de farra
sábado é dia de farra
e domingo é um dia de fera
pois segunda é dia de terra,
nos pés, anda como louca
trabalha como louca
chega em casa, dorme e acorda
muito mal dormindo, e vai trabalhar
tão rotineiramente
que até noutra vida assim faria
amor, sabe lá ela
sabe dos dentes, dos horários e honorários
das constelações, causas e complicações,
da primeira segunda e porventura terceira guerra mundial
sabe do lamento nacional à morte do nacionalismo
desconfia de uma nova epidemia de egoísmo
se imuniza aos desgostos
opiniões dos outros
crises da economia
e casos da suína epidemia
se morre, pouco perde
se vive pouco ganha
amor, sabe ela, é coisa que não sabe nada
afinal, envaidecida, procura se aventurar por outras saias e blusas
sapatos e mangas
calcinhas e bundas
tendo como único amor, a vontade de se aventurar à vontade
vida é uma vadia louca.
Rodrigo da C. Lima Bruni
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
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