meu semblante
de dor
se transforma em sorriso
ainda que amarelo, enviesado
meu semblante é arma mortal
para fazer de inocentes corações, o auxílio
para fazer de doces mentes , o exílio
para me fazer idiota, assim o tendo constatado
meu semblante não tem pudor
se exibe falsamente
se insinua docemente
sem nenhum pudor,
dança para o mundo
falsificando a sua própria essência
de incontinência
de tudo, por tudo e em tudo
meneia com máscaras
para não infligir dor à ninguém.
ó drama!
ó tragédia!
meu semblante é um clássico teatral
tão complexo e inexorável, como um animal
tão insignificante e mundano
como o próprio ser-humano ao não ser humano
meu semblante sou eu
mascarado por mim mesmo
mascarado de mim mesmo
e expurgado de mim mesmo
meu semblante sou eu ao meu inverso.
Rodrigo da C. Lima Bruni
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
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