próclise , mesóclise, ênclise
e o pronome vem sambando
o cavaco, o violão, a voz
e a mulata vem sambando
ela que,
nunca veio antes de mim
sem emparelha com o me
e dá um pontapé no eu
sempre na forma do gramático falho
que é ignorar a gramática escrita
o coração que nunca veio antes da mão
grudou no bom senso
e saltou o sexo
fez sexo com o juízo
e gerou o juízo não raciocinável
o juízo desajuizado
isso é amor pronominal
que nasce na ordem alterada do pronome coração.
amor de roda
de pandeiro e cuíca
amor brasileiro e gramatical
de vez em quando esse amor raiz
se samba por outros estilos de personificar o mundo
o vestido , o short, o jeans colado
a bunda, o peito, o rosto
e as vezes o vulgo vem até antes do senso
vulgo esse que também é amor sambado
fruto do sexo pelo sexo
que gera o amor à carne dito vulgo
coisa vaga.
amor é como os pronomes
se pode alterar a ordem
modificar-se-á algumas sílabas no arranjo
e mantém-se acima de tudo
o princípio batucado inicial
princípio verde e amarelo de roda
deixando de lado as outras cores
outros verbos
outras desgraças
apenas pronomes.
amor é pronome batucado de roda
sambado de samba,
é amor pronominal
de próclise, mesóclise e ênclise
de preto, branco e amarelo
e de tudo
e de todos.
Rodrigo da C. Lima Bruni
quinta-feira, 11 de junho de 2009
talvez
o redor tá ao meu redor
meu e de todos
tá por aí, escondido em algum canto ao redor do sentido da palavra
talvez de um verso
uma árvore
ou um corpo estirado ao chão
e ao redor dele tem coisas que não fazem questão somente de ficar ao redor
gostam da proximidade
do bafo na cara
da cara a cara com as pessoas
só para se manterem respeitadas
nessa cultura popular do medo do que se vê
do que se vem
e do que se tem
ao redor desse próprio medo de sabê-lo possível
e até rotineiro
esse medo inclinado nosso de cada dia
que nos dá hoje algumas ofensas
e não os perdoamos
e os mantemos ofendidos
ficamos assim
com medo
ao redor de nós mesmos
a cabeça baixa
o passo largo
o coração parado
frio e calculista
sem saber ter a vida curta que lhe foi prometida
e por isso poupa-se à diástole e à sua irmã
e ao redor tudo fica assim
taxado de normal
faixada de paz
até que o zumbido do redor
transponha a barreira invisível (mente transponível) do perto
e transponha também essa carapaça de desculpas remendadas e parlamentares
e quando alguém morre
não morre aqui
nem ali do lado
morre por aí,
morre pelas redondezas
morre ao redor
redor que é também barreira nossa
que também é nossa, a fuga
que também é nossa, a tristeza
que também é nosso pão de cada dia
pão mofado de cada dia
dia mofado de cada vida
vida mofada de cada redor
mas pai meu, que estás na terra
não mortificado, espero eu, sejas teu nome
que permaneça cercado em teu reino
em cima da terra, abaixo do céu
e diria amém
mas estou deixando de lado esse conformismo que circula ao redor
e provavelmente estarei morto daqui a horas
e talvez já esteja(mos)
apenas não saiba(mos).
Rodrigo da C. Lima Bruni
meu e de todos
tá por aí, escondido em algum canto ao redor do sentido da palavra
talvez de um verso
uma árvore
ou um corpo estirado ao chão
e ao redor dele tem coisas que não fazem questão somente de ficar ao redor
gostam da proximidade
do bafo na cara
da cara a cara com as pessoas
só para se manterem respeitadas
nessa cultura popular do medo do que se vê
do que se vem
e do que se tem
ao redor desse próprio medo de sabê-lo possível
e até rotineiro
esse medo inclinado nosso de cada dia
que nos dá hoje algumas ofensas
e não os perdoamos
e os mantemos ofendidos
ficamos assim
com medo
ao redor de nós mesmos
a cabeça baixa
o passo largo
o coração parado
frio e calculista
sem saber ter a vida curta que lhe foi prometida
e por isso poupa-se à diástole e à sua irmã
e ao redor tudo fica assim
taxado de normal
faixada de paz
até que o zumbido do redor
transponha a barreira invisível (mente transponível) do perto
e transponha também essa carapaça de desculpas remendadas e parlamentares
e quando alguém morre
não morre aqui
nem ali do lado
morre por aí,
morre pelas redondezas
morre ao redor
redor que é também barreira nossa
que também é nossa, a fuga
que também é nossa, a tristeza
que também é nosso pão de cada dia
pão mofado de cada dia
dia mofado de cada vida
vida mofada de cada redor
mas pai meu, que estás na terra
não mortificado, espero eu, sejas teu nome
que permaneça cercado em teu reino
em cima da terra, abaixo do céu
e diria amém
mas estou deixando de lado esse conformismo que circula ao redor
e provavelmente estarei morto daqui a horas
e talvez já esteja(mos)
apenas não saiba(mos).
Rodrigo da C. Lima Bruni
sede
amar não é como beber água, por capricho
há de se ter sede
os lábios secos
a mente, o corpo, o coração
a alma seca
há de se ter tamanha secura
afinal seria inútil seu capricho
caso fosse somente capricho
a escorrer, tolo,
por entre os dedos
diante dos olhos
mediante aos lábios
não, amar não é como beber água
amor não é embebido no amor
as vezes se encharca no ódio
se encumece de rancoroso,tamanho rancoroso amor,
que sofre por não ser mais amor
divino, límpido e puro
água cristalina
rio brando.
porém desagua no mar, esse amor
e o sal é triste e medíocre
deixando salgado, doce amor,
esse doce que é amar.
amor pode até ser água
que escorre diante das línguas
e que se amacia e personifica no tocar dos lábios
tomando forma de amor nosso
amor nosso! rancor humano
mas também pode ser água-viva
suficientemente auto-necessária de si mesma
que vaga nos oceanos
em busca sabe de quê.
não, amor não é só um
é tudo e são todos
é viver o dia de hoje
como o de amanhã
e o de amanhã como o último
sendo, o último, eterno
doloroso e eterno
amedrontador e eterno
finito e terno.
e se , salgado ficar
adocicai-o com algumas palavras doces
e se, ódio se tornar
amai-o com doçura de poucas palavras
e se, vazio se tornar
deixai-o desaguar no mar
pois foi eterno enquanto terno
e terno será enquanto assim o tiver
enquanto o amar
na sua trágica, dolorosa e póstuma morte rotineira
desse eterno amor nosso
que não é exatamente amor
nem exatamente nosso
e sabe lá Deus o que é
e saiba talvez o diabo de quem é.
Rodrigo da C. Lima Bruni
há de se ter sede
os lábios secos
a mente, o corpo, o coração
a alma seca
há de se ter tamanha secura
afinal seria inútil seu capricho
caso fosse somente capricho
a escorrer, tolo,
por entre os dedos
diante dos olhos
mediante aos lábios
não, amar não é como beber água
amor não é embebido no amor
as vezes se encharca no ódio
se encumece de rancoroso,tamanho rancoroso amor,
que sofre por não ser mais amor
divino, límpido e puro
água cristalina
rio brando.
porém desagua no mar, esse amor
e o sal é triste e medíocre
deixando salgado, doce amor,
esse doce que é amar.
amor pode até ser água
que escorre diante das línguas
e que se amacia e personifica no tocar dos lábios
tomando forma de amor nosso
amor nosso! rancor humano
mas também pode ser água-viva
suficientemente auto-necessária de si mesma
que vaga nos oceanos
em busca sabe de quê.
não, amor não é só um
é tudo e são todos
é viver o dia de hoje
como o de amanhã
e o de amanhã como o último
sendo, o último, eterno
doloroso e eterno
amedrontador e eterno
finito e terno.
e se , salgado ficar
adocicai-o com algumas palavras doces
e se, ódio se tornar
amai-o com doçura de poucas palavras
e se, vazio se tornar
deixai-o desaguar no mar
pois foi eterno enquanto terno
e terno será enquanto assim o tiver
enquanto o amar
na sua trágica, dolorosa e póstuma morte rotineira
desse eterno amor nosso
que não é exatamente amor
nem exatamente nosso
e sabe lá Deus o que é
e saiba talvez o diabo de quem é.
Rodrigo da C. Lima Bruni
quinta-feira, 5 de março de 2009
temos?
o que temos?
a devastação
a miséria
a fome?
temos o que?
as armas
a tecnologia
as desigualdades?
e as bombas nucleares
os líderes de destruição
a corrupção da corrupção
que se corrompeu num nível inimaginável
diante do mais rústico princípio:
dignidade
temos sim, claro!
temos a nossa fiel desgraça
nossa filha
nossa cria
nossa!
quanto temos;
temos um quê
de sobrevivência
de coerência
de amor
de união
de mutilação do bom-senso
de morte por bom senso
de censo desnecessário
temos pra quê?
temos para somente ter
e na desgraça, nos reaver
desse pouco quê
quê de humanidade
que vive e crê
e vive e crê
e morre nessa eternidade.
Rodrigo da C. Lima Bruni
a devastação
a miséria
a fome?
temos o que?
as armas
a tecnologia
as desigualdades?
e as bombas nucleares
os líderes de destruição
a corrupção da corrupção
que se corrompeu num nível inimaginável
diante do mais rústico princípio:
dignidade
temos sim, claro!
temos a nossa fiel desgraça
nossa filha
nossa cria
nossa!
quanto temos;
temos um quê
de sobrevivência
de coerência
de amor
de união
de mutilação do bom-senso
de morte por bom senso
de censo desnecessário
temos pra quê?
temos para somente ter
e na desgraça, nos reaver
desse pouco quê
quê de humanidade
que vive e crê
e vive e crê
e morre nessa eternidade.
Rodrigo da C. Lima Bruni
um parágrafo
já não sei o que me ocorre
papel e lápis me são traidores
coração nem é amores
e a razão nem é nada
e tudo é tão todo
que já não sei o que me ocorre
eu sou um de um
não poderia me saber como o todo
nem poderia saber-me
como um de cem
logo que sem
é ausência
e como me poderia saber não estando aqui
as rimas já nem sei mais
às rimas atribuo as curvas
as nuances
de uma estrada pedregosa e inexorável
de cabelos seios e desejo
mas não as sei
apenas as dirijo
seguindo alguns seguidores
ladeira libidinosamente íngreme (quase reta, de tão)
as poesias já me são fugazes
não sou mais são
mas elas são!
só não se entende a lógica delas
que é delas
só delas
por isso não se entende
por melhor, pois entender é tão monótono
também me sou
porquanto tal que me enjoo
e, porventura, caço outro de mim
em outro de mim
mais à isso não entendo
tampouco almejaria eu;
fadar a compreensão ao ser humano
é como traçar-lhe a morte.
a incógnita inóspita da vida
é tão mais vida quando a vivemos por sentida
ao invés de compreendida.
Minha razão me guia pelos seus caminhos
seus, não meus
minha razão é minha, deveras
mas minha razão não sou eu
e se á isso um pouco entender
é sinal de que merece ser ovacionado, leitor
logo que, esteja à frente de mim
mas não da minha auto-consciência
tenho plena consciência
de que não entendo nada
escrito até o momento
e à partir de agora me sei do que digo
o amor...
mencionei-o pois todo romântico o deve
e o deixei por último
pois dele, sobre ele e para ele
não me renderia nem ao menos
um mísero parágrafo amoroso.
Rodrigo da C. Lima Bruni
papel e lápis me são traidores
coração nem é amores
e a razão nem é nada
e tudo é tão todo
que já não sei o que me ocorre
eu sou um de um
não poderia me saber como o todo
nem poderia saber-me
como um de cem
logo que sem
é ausência
e como me poderia saber não estando aqui
as rimas já nem sei mais
às rimas atribuo as curvas
as nuances
de uma estrada pedregosa e inexorável
de cabelos seios e desejo
mas não as sei
apenas as dirijo
seguindo alguns seguidores
ladeira libidinosamente íngreme (quase reta, de tão)
as poesias já me são fugazes
não sou mais são
mas elas são!
só não se entende a lógica delas
que é delas
só delas
por isso não se entende
por melhor, pois entender é tão monótono
também me sou
porquanto tal que me enjoo
e, porventura, caço outro de mim
em outro de mim
mais à isso não entendo
tampouco almejaria eu;
fadar a compreensão ao ser humano
é como traçar-lhe a morte.
a incógnita inóspita da vida
é tão mais vida quando a vivemos por sentida
ao invés de compreendida.
Minha razão me guia pelos seus caminhos
seus, não meus
minha razão é minha, deveras
mas minha razão não sou eu
e se á isso um pouco entender
é sinal de que merece ser ovacionado, leitor
logo que, esteja à frente de mim
mas não da minha auto-consciência
tenho plena consciência
de que não entendo nada
escrito até o momento
e à partir de agora me sei do que digo
o amor...
mencionei-o pois todo romântico o deve
e o deixei por último
pois dele, sobre ele e para ele
não me renderia nem ao menos
um mísero parágrafo amoroso.
Rodrigo da C. Lima Bruni
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