tenho a música como aliada
não preciso de mais nada pra me suportar
no meu insuportável mundo de faz de conta
a conta longa
cheia de incógnitas não resolvidas
resoluções mal acabadas
e principalmente conjuntos soluções vazios
de que me importa se o que dói
dói, e dói
dói muito
se o que me comporta é uma bolha de sentimentos vazios e dissimulados
(mentira)
quando me comporto, sou todo compreensivo e altruísta
mas quando me enlevo, sou uma dentre as maiores pragas da humanidade;
gripe suína?
tuberculose?
pneumonia?
aids?
não;
arrependimento
cheio de patas, e pêlos e presas
cheio de outro, me parasitou por agora
mundo afora milhões o fazem
sugam sugam sugam
uns resultam em morte
outros em reconciliação
na maioria das vezes numa cisão eterna entre a auto-estima e o amor
sou cidadão que não exerce a cidadania de se ser humano
se arriscar
se enamorar
sim;
tenho a música como aliada
a mais forte, frutífera e fiel aliada
minto,
tenho a poesia também
na verdade é ela que me têm
nenhum poeta detêm, doma e domina poesia
seja grotesca, grossa, graça ou fina
seja fio de seda em verso
ou pedra tosca em estrofe
nenhum infeliz desafortunado a detém
e o que me convém
é sofrer calado, lendo a sinopse
do meu próximo capitulo de novela se desenrolar
o que me comporta é uma bolha
de sentimentos vazios e dissimulados eu minto
pra verdade eu calo e consinto
que eu só quero mesmo é voltar a amar.
a mesma
pessoa.
Rodrigo da C. Lima Bruni
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
não há mais nada
não há mais paixão
pela mera posição truculenta de dois astros
minha estrela maior se foi
meu sol se apagou
cessaram-se os milhões de fenômenos radiotivos de sua superfície
fiquei no frio, escuro, silencioso e áspero vazio
e o pior de tudo:
sozinho
e o pior tem todo um toque de sutileza comigo
as vezes nem se pronuncia
fica quietinho, no seu canto
me encantando com a sua ausência
mas então é um mero vislumbre surgir
que já me apeteço todo
já me sinto todo cinza
restos do que um dia foi fogo
e a sutileza tem todo um toque da fragrância natural dela
meu natural, portanto, permanece caduco
carrancudo
emburrado
queria permanecer encaracolado
todo encaracolado com ela
ao ponto de ser um só
queria retroceder ao passado
ter cortado certos laços antes biônicos
ter tomado biotônico
ter sido homem de verdade
mas como não posso viajar no tempo
fico aqui, agora
e não há mais nada
e não há mais vida como outrora.
Rodrigo da C. Lima Bruni
pela mera posição truculenta de dois astros
minha estrela maior se foi
meu sol se apagou
cessaram-se os milhões de fenômenos radiotivos de sua superfície
fiquei no frio, escuro, silencioso e áspero vazio
e o pior de tudo:
sozinho
e o pior tem todo um toque de sutileza comigo
as vezes nem se pronuncia
fica quietinho, no seu canto
me encantando com a sua ausência
mas então é um mero vislumbre surgir
que já me apeteço todo
já me sinto todo cinza
restos do que um dia foi fogo
e a sutileza tem todo um toque da fragrância natural dela
meu natural, portanto, permanece caduco
carrancudo
emburrado
queria permanecer encaracolado
todo encaracolado com ela
ao ponto de ser um só
queria retroceder ao passado
ter cortado certos laços antes biônicos
ter tomado biotônico
ter sido homem de verdade
mas como não posso viajar no tempo
fico aqui, agora
e não há mais nada
e não há mais vida como outrora.
Rodrigo da C. Lima Bruni
paradoxo carioca
o Cristo redentor deve ser a peça mais contraditória do mundo
ou ao menos deveria ser
os braços tão abertos
os olhos tão igualmente fechados
incapazes de enxergar o inferno à seus pés
-não, obrigado, hoje não vou subir o pão-de-açúcar nem o corcovado
hoje vou subir a mangueira, a roçinha
subir até não aguentar mais
os ouvidos estourarem e as narinas sangrarem
pra daí então tentar falar com Deus
isto é, se não o falar pessoalmente primeiro, no caminho para casa
vítima de uma bala perdida, coisa comum
como o Carnaval, futebol e pancadaria (não necessariamente nesta ordem)
uma vida perdida não é nada afinal
logo que, ao final, tudo vira pó mesmo
os viciados se satisfazem,
os traficantes lucram
tudo na mais perfeita harmonia
"tudo errado mas, tudo bem
tudo quase sempre como eu sempre quis..."
estamos todos vermelhos
vermelhos como o amor carioca
Rodrigo da C. Lima Bruni
ou ao menos deveria ser
os braços tão abertos
os olhos tão igualmente fechados
incapazes de enxergar o inferno à seus pés
-não, obrigado, hoje não vou subir o pão-de-açúcar nem o corcovado
hoje vou subir a mangueira, a roçinha
subir até não aguentar mais
os ouvidos estourarem e as narinas sangrarem
pra daí então tentar falar com Deus
isto é, se não o falar pessoalmente primeiro, no caminho para casa
vítima de uma bala perdida, coisa comum
como o Carnaval, futebol e pancadaria (não necessariamente nesta ordem)
uma vida perdida não é nada afinal
logo que, ao final, tudo vira pó mesmo
os viciados se satisfazem,
os traficantes lucram
tudo na mais perfeita harmonia
"tudo errado mas, tudo bem
tudo quase sempre como eu sempre quis..."
estamos todos vermelhos
vermelhos como o amor carioca
Rodrigo da C. Lima Bruni
helicoidal
síndrome do amor cíclico
severo, servil
senil um momento
outra hora escarlate
pulsando verbos
emoções,
sacras secreções
fruto da carne semeada com amor.
sim, sou cego de amor
as vezes lego desmontado
quando dou por mim sou um babaca untado
de lágrimas no rosto
coração mole, frouxo
e quando me reparo , de novo apertado
quando na verdade reparo meu coração
tiro-o do peito
coloco-lhe à mão
este me pulsa fraco, sem motivo pra pulsar
fica avulso, escapado
sem sistema cardiovascular
não o biológico
o extra corpóreo, e é lógico,
que legista algum iria prognosticar
a razão de sua provável morte
que não ocorre
corre-me de novo, pelas veias, amor líquido
adrenalina de carinho
fico todo doido
empapuçado de sentimento,
quase bêbedo
parece-me agirem lêvedos,
fermentando minha massa de pão
fico todo doído
dolorido por meu coração não caber no meu peito
passo gelol, nebacetim, sem nenhum efeito
nenhuma penicilina agiria em minha bactéria
meu problema não é tosse, febre ou diarreia
é amor cíclico
até em espiral, as vezes
meu problema-solução
que soluciona-se colocando a mão
em cada fio de cabelo
cada cravo, cada parte
se fazendo arte ao seu espectador
um quadro de da Vinci
vinte vezes mais perfeito
cada pele,cada pêlo
parece-me tão perfeito
que defeito algum se ministra em tal enfermo
nenhuma contra-indicação para o meu coração
nenhum risco, nenhuma lesão
só a síndrome do amor cíclico
nascido de solidão
transmutado em paixão
meu motivo assim ocorre
amar e deixar de amar
por mínimos segundos
mal motivo é o que dá e morre
mas esse não
esse me rege a vida
meu motivo de cabelo vermelho
vermelho ainda que um loiro encaracolado
sorriso cheio
coração farto
de minha recíproca circular sintomática
e a sistemática da coisa é tal
que meu motivo até quando se faz chato
continuo achando-o genial
Rodrigo da C. Lima Bruni
severo, servil
senil um momento
outra hora escarlate
pulsando verbos
emoções,
sacras secreções
fruto da carne semeada com amor.
sim, sou cego de amor
as vezes lego desmontado
quando dou por mim sou um babaca untado
de lágrimas no rosto
coração mole, frouxo
e quando me reparo , de novo apertado
quando na verdade reparo meu coração
tiro-o do peito
coloco-lhe à mão
este me pulsa fraco, sem motivo pra pulsar
fica avulso, escapado
sem sistema cardiovascular
não o biológico
o extra corpóreo, e é lógico,
que legista algum iria prognosticar
a razão de sua provável morte
que não ocorre
corre-me de novo, pelas veias, amor líquido
adrenalina de carinho
fico todo doido
empapuçado de sentimento,
quase bêbedo
parece-me agirem lêvedos,
fermentando minha massa de pão
fico todo doído
dolorido por meu coração não caber no meu peito
passo gelol, nebacetim, sem nenhum efeito
nenhuma penicilina agiria em minha bactéria
meu problema não é tosse, febre ou diarreia
é amor cíclico
até em espiral, as vezes
meu problema-solução
que soluciona-se colocando a mão
em cada fio de cabelo
cada cravo, cada parte
se fazendo arte ao seu espectador
um quadro de da Vinci
vinte vezes mais perfeito
cada pele,cada pêlo
parece-me tão perfeito
que defeito algum se ministra em tal enfermo
nenhuma contra-indicação para o meu coração
nenhum risco, nenhuma lesão
só a síndrome do amor cíclico
nascido de solidão
transmutado em paixão
meu motivo assim ocorre
amar e deixar de amar
por mínimos segundos
mal motivo é o que dá e morre
mas esse não
esse me rege a vida
meu motivo de cabelo vermelho
vermelho ainda que um loiro encaracolado
sorriso cheio
coração farto
de minha recíproca circular sintomática
e a sistemática da coisa é tal
que meu motivo até quando se faz chato
continuo achando-o genial
Rodrigo da C. Lima Bruni
desiste dor
notavelmente desisto
desistidor nato, é que sou
desistir é dor, nata de sofrimento
mas fazer o que se o que é, deve de ser doloroso
se é doloso, não sei
sei que o homicídio do meu sonho é culposo
fui pego com as mãos no gatilho
com impressões digitais no futuro discrepante
sem ter os pólos do meu sonho elétrico ligados ao meu sistema nervoso
logo o sonho fica lá, sem gerar nada, intoxicando minha vontade de não segui-lo
de não percorrê-lo minha corrente
meu sonho de "líthium"
de "on mercury"
de "sulfur";
sonho é radioatividade
te contamina a ínfima fita de DNA
daí cabe a escolha do referencial da loucura ou sanidade
eu, que já sem muito tempo pra pensar
penso no que vou fazer quando tiver de pular
de cima do muro,
cair
no meu quintal ou no da vizinha
sonho meu é e seria,
porventura,
radio atividade
mas não adianta
minha frequência é ínfima, insignificante
e pra piorar
me tentei por orar
Deus que nunca me respondeu em cifra,
me deduziu a equação do desgosto
me reduziu a calculador probabilístico de futuros
me induzindo a precisão de três casas decimais depois da vírgula;
meu futuro não cabe em três casas decimais
tenho dó de mi,
dó maior com baixo e mim menor.
Rodrigo da C. Lima Bruni
desistidor nato, é que sou
desistir é dor, nata de sofrimento
mas fazer o que se o que é, deve de ser doloroso
se é doloso, não sei
sei que o homicídio do meu sonho é culposo
fui pego com as mãos no gatilho
com impressões digitais no futuro discrepante
sem ter os pólos do meu sonho elétrico ligados ao meu sistema nervoso
logo o sonho fica lá, sem gerar nada, intoxicando minha vontade de não segui-lo
de não percorrê-lo minha corrente
meu sonho de "líthium"
de "on mercury"
de "sulfur";
sonho é radioatividade
te contamina a ínfima fita de DNA
daí cabe a escolha do referencial da loucura ou sanidade
eu, que já sem muito tempo pra pensar
penso no que vou fazer quando tiver de pular
de cima do muro,
cair
no meu quintal ou no da vizinha
sonho meu é e seria,
porventura,
radio atividade
mas não adianta
minha frequência é ínfima, insignificante
e pra piorar
me tentei por orar
Deus que nunca me respondeu em cifra,
me deduziu a equação do desgosto
me reduziu a calculador probabilístico de futuros
me induzindo a precisão de três casas decimais depois da vírgula;
meu futuro não cabe em três casas decimais
tenho dó de mi,
dó maior com baixo e mim menor.
Rodrigo da C. Lima Bruni
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