quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

alma inquieta

irrequieta-se perante o nada
é um gosto bom
demais até para gostar-se



é uma rotina
tão docemente aleatória
que se torna aleatória, perante si



soa como música
aos ouvidos de quem não a quer ouvir.
O cego a olha nos olhos
e o amante a ama a cada procura por um novo amor



é fracionada nos momentos
e a cada fração de momentos
fraciona-se em um enésimo de sua inquietação
despedeça-se perante à recusa de seu estado



negá-la é viver extracomungado de si
é cheirar uma flor
e sentir o cheiro acre do vazio



como amar
e gozar da carne , tão somente
como beijar sem ser beijado



esta é como o amor que surge
ao qual, nos resta apenas amar
e quando este se vai
ela mesma nos incentiva a outro



negá-la é abduzir de nós mesmo
a beleza desta
que é linda
enquanto a temos como



deve-se aquietar perante sua inquietança
e deixar-la conduzir por aí
por estradas de outras almas inquietas
e que da interação destas se faça a perfeita interação!



Rodrigo da C. Lima Bruni

Nenhum comentário: