o amar, o amor
o ódio, o rancor
sentimentos quase irmãos,
gêmeos
não fosse pelo limiar
persistente entre eles
o limiar entre o ódio e o amor
um simples ato, falho ou convicto
pode, ao ódio, transformar o amor
e gerar desgaste, rancor...
mas espere!
quem ama não agoniza, também ao rancor?
que diferença se faria presente, então,
entre esses dois opostos?
o estupor do amor
o dilacerar do ódio
a angústia do rancor...
nenhuma diferença há de ter
ao menos, não às pessoas realistas
insensíveis
racionais
e indiscutivelmente certas...
ódio e amor são, de fato
irmãos
andam de mãos dadas o tempo todo
e um se faz presente para ser lembrado o outro
pois são irmãos, querem bem uns aos outros
e somente os racionais,
os pseudo-frios
os não-sentimentais os descobrem assim
o que há são ápices
nos quais um sobrepõe-se
ocultando o outro
puro egoísmo
egocentrismo
uma pena que se aplique até á irmãos
amor e ódio
são como noite e dia
caso não houvesse esse paradoxo
paradigma de antítese,
tudo seria ódio
tudo seria amor
ou tudo seria tudo
frio, onipotente
auto-suficiente
e vazio...
como o peito de quem, assim,
os escreve
Rodrigo da C. Lima Bruni
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
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