sexta-feira, 7 de novembro de 2008

ao desentendimento

Ó, raiva que queima meu coração
um momento digo que sim
outro digo que não
à febril raiva que queima meu coração.


dilacera minha razão
a boca exprime, em comunhão
todo ódio de um momento
e o convívio modorrento.
A razão do coração
toda em si, em convulsão
se recusa a retesar
e libera o meu pesar
de tal convívio modorrento
do qual afirmo ser detento
mas não pretendo escapar
da confusão desse estar


Ó, raiva que queima meu coração
um momento digo que sim
outro digo que não
à febril raiva que queima meu coração.


a criatura atacada, ressentida
se chocalha a profanar minha cina
insultos subversivos me vem
e me riem com desdém
riem proibições orgulhosas
que nada são senão formosas
à escapar de sua real aparência
de tamanha tristeza, carência
carência de se sentir em paz
coisa que, para ela, é leva-e-traz
triste, assim a afirmar
minha mãe: tanto pesar, tanto amar


Ó, raiva que queima meu coração
um momento digo que sim
outro digo que não
à febril raiva que queima meu coração.


se à tudo isso, soubesse acontecer
de toda raiva iria me conter
e assim teria minha paz
(que também sei ser leva-e-traz)
mas não!burro fui ao retrucar
com frases insinceras à metralhar
minha mãe, meu porto
e agora me rimo, torto
Pois agora, o caos feito
digo ao ódio em meu peito
"Infeliz! Tinha que à tudo isso fazer?
"Claro! Senão eu, mal algum iria ocorrer!.

...

e me ri, fraco que sou
ao deixar-me tomar conta
ao deixar-lhe a posse do que sou
maldito sejas por roubar minha paz!
e aqui, minha desculpa se desfaz
de versos de serenidade, outrora
à essas desculpas desfalidas de agora...


Ó, raiva que queima meu coração
um momento digo que sim
outro digo que não
à febril raiva que queima meu coração.


Rodrigo da C. Lima Bruni

2 comentários:

Daaaaaaave disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Daaaaaaave disse...

gostei bastante desse! =)