o olhar de dentro do meu olho, repousa:
à olhar para dentro do meu olho, que ousa
me mentir tudo que sou
tudo o que sei que vou
achar, quando
à dentro do meu olho olhar
e enxergar mais uma vez meu não-amar
o olhar de dentro do meu olho é cansado
é confuso, instigado
a se desfalecer por trás do cristalino
se mascarando (assim o imagino)
de tanto descolorir
tanto se esvair
tanto não-sentir
essa muralha,
de fora do meu olho,
é escassa, falhada
e a componho como um tolo.
Meu corpo, meu sorriso amarelo
são todos singelos
singela é minha alma ao assim se olhar
porém confuso sou eu ao assim me constar
ainda que acompanhado, sozinho
ainda que bem-amado, ressequido
ainda que bem-humorado, embriagado
ainda que eu, ninguém
ainda que ninguém, alguém
além disso, nem ao menos me convém
e assim...
o olhar de fora do meu olho, se choca
com o de dentro, que se joga
cada vez mais para dentro
cada vez mais para o nada
e assim me fada
a sutileza do olhar vazio
mais fácil, insípido
sem gosto de tristeza, alegria ou raiva
apenas a sutileza do nada
que vaga...
e vaga...
e vaga.
Rodrigo da C. Lima Bruni
domingo, 16 de novembro de 2008
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